Apenas o fim
22 de junho de 2009Tem se feito muito barulho como há muito não se fazia sobre um filme independente nacional. E quando se faz muito barulho para qualquer coisa off-cinemark a gente fica atento porque pode ser coisa boa. Eu sou meio suspeita, pago muito pau pros curtas do Canal Brasil e sempre procuro a esperança pro novo cinema nacional. Apenas o Fim é a minha nova esperança.
Dirigido pelo estudante (!) de cinema da PUC-RIO Matheus Sousa, o longa de 80 minutos conta a história de um casal nerd que termina porque a garota cansou de tudo e vai embora para qualquer lugar desconhecido. Eles poderiam ficar a última hora transando ou conversando, e, sorte nossa, preferiram conversar.
Mas não se engane: o filme não é meloso ou o conto de fadas que pode ser outros filmes sobre relacionamentos. De um jeito engraçado, linka milhares de referências pra nossa vida de nerds que cresceram nos anos 90, com direito a “Qual seu power-ranger favorito?”. O casal é – poxa! – um casal de verdade, sabe? Eu achei que nunca fosse ver isso no cinema. O problema das referências é que o filme tem “data de validade”, mas vai ser sempre uma homenagem e lembrança gostosas dessa nossa infância/adolescência que não volta mais 🙂
O filme todo é baseado em diálogos. Eles encontram uns amigos no meio do caminho, que geram um ruído e um alívio-cômico diferente, que servem mais pra ressaltar o casal, como quem precisa do escuro pro claro brilhar. Mas isso não faz as coisas serem cansativas, do tipo “Ah filme cult é chato”. De forma alguma! Se você for com essa ideia, vai se surpreender em como a narrativa flui tranquila, engraçada, como as mudanças entre presente e passado são claras e como tudo se amarra bem, mostrando começo, meio e fim de forma não-linear porém bastante clara.
A parte “cinematográfica” da coisa é um espetáculo a parte: eu, formada em Mídias Digitais pela Metodista, não pude deixar de ficar pasma com os ângulos, cenários e iluminação. Não é só o tema que é revolucionário pro cinema nacional, mas toda a composição do filme. Ele vai além, ele experimenta e dá certo. É lindo, confortável, indo além dos planos de novela (que funcionam em novela, mas que enjoam no cinema).
O que mais gostei é que o filme não é só pra nerds ou só pra alternativos de cinema. É um filme que poderia muito bem passar no Cinemark, pra todo mundo. Diz que passar pra película é muito, muito caro. Pena. Por enquanto está no circuito alternativo São Paulo – Rio de Janeiro – Brasília. Espero que vá para outras cidades logo.
Se puder, abstraia o medo cult das salas Unibanco e HSBC Belas Artes (ambas na região da Paulista), vista seu all-star e seu saudosismo e assista. Dica: correntista paga meia. Esse filme é o tipo de coisa que eu quero ver mais e muito daqui pra frente. O tipo de coisa que podia acordar e alavancar o cinema nacional. Porque de favela e samba, gente, me basta.
ps. Se você ficar até depois dos créditos, tem uma cena bônus com o Marcelo Adinet. Confira! ;D
[…] tantas coisas em comum com a gente. Tipo, ele combina com as minhas SENHAS. Adoro! A gente foi ver Apenas o Fim juntos e foi muito […]
Filme sobre amor nerd realmente vai fazer sucesso ahueaueuaeaeha
Ahahaha…
O Marco queria ser o power ranger rosa… todo mundo sabe disso… 😀
Brincadeiras a parte, vou ser obrigado a assistir esse filme agora…
Lendo esse texto, eu já previ que logo abaixo encontraria esse infeliz comentário do Alan… na verdade estava imaginando se seria do nerd do Alan, ou do tonto do Pi, mas enfim… tá aí… ¬¬
Então, estava fora do Brasil até ontem… preciso ficar em dia com os lançamentos, com certeza vou conferir esse filme e o Transformers, o quanto antes… heheh
Bela dica para as férias!